O controle policial das drogas é
espalhafatoso, porém chega às raias do patético. Não chega a atingir 1% das
drogas comercializadas e consumidas no País.
Broncas, sermões, cortes de
mesadas e conselhos não resultam também em nada.
Frente a essa realidade só restava aos
toxicômanos fazer o que os alcoólatras fizeram: darem-se as mãos, multiplicarem
grupos de auxílio mútuo. Acontece o rápido crescimento dos Narcóticos Anônimos.
Atualmente os grupos de Alcoólicos Anônimos estão
repletos de alcoólatras que consomem drogas, e os grupos de Narcóticos Anônimos
repletos de toxicômanos que não controlam também o álcool.
Essas “dependências cruzadas” ensinaram
muitas coisas. A primeira delas foi verificar que as compulsões não são
compartimentos estanques, costumam se comunicar. Quem possui uma, corre o risco
das demais.
Além disso. Mesmo quando uma pessoa não
possui mais de uma compulsão, as substâncias que excitam as outras podem
excitá-la. Por exemplo, um cocainômano que bebe moderadamente. Quer parar com a
cocaína, mas não com o álcool. Aí, consegue não cheirar pó. Porém, toma uma
cervejinha. Seu estado de carência de cocaína se excita. Ele vai para outra
cervejinha e mais outra. No fim da noite está no pileque e... louco atrás de
pó. Se não for nessa noite será na próxima. A cervejinha para ele não despertou
alcoolismo, mas ressuscitou a fissura cocaínica. O equivalente ocorrerá com um
alcoólatra que tenha parado com o álcool e tenta substituí-la pela cocaína. Se
escapar da cocaína, recairá no álcool.
Em função desses fatos foi-se construindo o
conceito de dependência química. De acordo com esse conceito o álcool não deve
ser considerado uma coisa e as drogas outra. Muita gente por pensar assim já
sofreu várias recaídas. O álcool também deve ser considerado uma droga. Toda
substância que afete o cérebro ou a mente deve ser considerada como droga.
A idéia de dependente químico vai
substituindo assim a idéia de alcoólatra e toxicômano, por incluir a ambos. E,
só se consegue manter adormecida uma compulsão, se todas as substâncias que
afetem a mente forem evitadas. Não basta “evitar o primeiro gole” ou “evitar a
primeira dose”. Há que se evitar ambos.
Os Narcóticos Anônimos diferem muito pouco
dos Alcoólicos Anônimos. Principalmente com esse surto crescente de
“dependências cruzadas” que, ao que tudo indica, veio para ficar.
Os métodos e princípios de funcionamento são
rigorosamente idênticos. Sua única diferença consiste em ter por objeto as
drogadicções e não o alcoolismo. Ou seja, um cocainômano que não seja
alcoólatra deve procurar os Narcóticos
Anônimos, mesmo que faça uso do álcool. Tal como um alcoólatra que não seja cocainômano deve procurar os Alcoólicos Anônimos, mesmo que eventualmente use cocaína.
Anônimos, mesmo que faça uso do álcool. Tal como um alcoólatra que não seja cocainômano deve procurar os Alcoólicos Anônimos, mesmo que eventualmente use cocaína.
Contudo – repetimos – tanto Narcóticos
Anônimos quanto os Alcoólicos Anônimos, hoje em dia, recomendam abstinência de
todas as drogas, incluindo entre elas o álcool.
Os fatos revelam que prisão, psiquiatria e
religião pouco adiantaram para os dependentes químicos. E os Narcóticos Anônimos
estão certos de que o valor terapêutico de um adicto ajudando outro é sem
paralelo.
Se o anonimato é fundamental para os
Alcoólicos Anônimos, será ainda mais fundamental para os Narcóticos Anônimos,
por haver frequente conexão entre droga e transgressão de leis. Assim, os
Narcóticos Anônimos não querem saber a vida regressa, nem atual de ninguém. Não
querem saber o quanto de droga se usava, o modo que era conseguido, os
comportamentos que ela despertava. Para se ser aceito como membro dos Narcóticos
Anônimos, basta uma coisa: querer parar de consumir drogas. Nada além disso.
3 comentários:
Ótima explanação
amigo assim é que é
explanação ??????????????????
eu não entender isso
estar afetar a minha cabeca
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