POR QUE O PORTAL ??

Este Blog retrata a difícil convivência com alguém que optou pelo caminho errado em busca do prazer da droga. Sofri sentindo os efeitos de uma doença tão perigosa quanto à dependência química: a Co-Dependência. Passei por muitos sofrimentos e vitórias. Por experiência própria vivida, sei exatamente quais os traços de comportamento, sinais da abstinência, como identificar um adicto por ter convivido tão de perto com este problema . Espero com isso poder levar ajuda a muita gente, transmitindo mais e mais informações sobre este assunto que em minha opinião é tão pouco divulgado.

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"Saiba reconhecer alguns sinais do uso de drogas" - Rádio Estadão AM1290 - com Fabíola Pece

Família


O papel da família no tratamento do usuário de substâncias psicoativas é extremamente importante. Há evidências de que, com muitos dependentes químicos, o adequado relacionamento com a família constitui um dos principais fatores na prevenção de recaídas.

Recomenda-se que os familiares freqüentem o profissional de saúde especializado no tratamento das dependências químicas, mesmo que em um primeiro momento, o próprio usuário não queira se envolver em tratamento.
Os familiares realmente precisam de orientação. Na grande parte das vezes, eles conhecem os problemas advindos do uso inadequado das drogas, mas não conhecem as formas mais adequadas para lidar com o problema.

Muitos membros familiares do dependente infelizmente comportam-se de uma determinada maneira que, direta ou indiretamente, apoiam, facilitam ou perpetuam o uso inadequado de substâncias pelos filhos. Membros familiares que consciente ou inconscientemente recusam-se a confrontar ou, até mesmo, reconhecer o problema da dependência química apenas aumentarão os problemas futuros.
O que os familiares precisam saber:

a) O consumo de substâncias é um problema inserido entre muitos outros, ou seja, o usuário não apenas consome as substâncias, mas devido a isso, apresenta vários outros problemas (sociais, escolares, interpessoais, jurídicos etc);

b)
 A comparação do usuário com outras pessoas que são tidas como “modelos” não traz quaisquer benefícios; apenas poderá aumentar a irritabilidade do mesmo;

c) A adoção de uma postura baseada em brigas constantes, criticas severas ou castigos, quando os familiares descobrem que uma pessoa faz uso de substâncias não a impede de continuar usando. Apenas fará que o usuário esconda o fato da família. Dessa forma, caso as provas sobre o consumo forem claras, os familiares devem conversar com o usuário e orientar a procura de um profissional especializado. Caso os familiares apenas desconfiem do consumo, eles devem procurar um profissional que os possa orientar adequadamente sobre como prosseguir e tentar estabelecer um contato maior com o usuário;

d) Uma alternativa interessante é desaprovar determinados comportamentos do usuário, sem necessariamente atribuí-los ao uso de drogas;

e) Nos casos em que os familiares fingem que não há nada errado, continuam a fornecer dinheiro ao usuário (financiando o consumo e a dependência da pessoa), permitindo que o mesmo utilize as substâncias dentro da própria casa (porque é mais seguro do que usar na rua ou com os amigos), o resultado será muito negativo.

Comportamentos errôneos da família

Alguns destes comportamentos indesejáveis dos familiares são apontados abaixo:

a) Minimização – os familiares ignoram, racionalizam ou tentam explicar o uso de drogas, atribuindo-o a uma fase passageira, já que “muitas pessoas usam drogas hoje em dia”, ou “ele (o usuário) está passando por uma fase difícil e a droga lhe dá algum alívio”, ou “ele teve uma vida difícil, com vários traumas. Ele precisa melhorar de vida antes de conseguir parar de usar drogas”;

b) Controle – tentar controlar ou manipular o uso de drogas pelo dependente; fazer barganhas com o usuário. Por exemplo, propor ao usuário “consumir apenas um baseado por dia”, ou “usar somente à noite, antes de dormir”, ou propondo “usar aos finais de semana apenas”;

c) Proteção inadequada – tentar proteger o usuário das conseqüências negativas do uso. Por exemplo, desculpando o usuário, negando a responsabilidade do mesmo pelos seus próprios atos;

d) Assumir responsabilidades do usuário – pagar contas do usuário; desempenhar as tarefas domésticas atribuídas ao membro familiar dependente, sem cobrá-lo; defendendo-o de problemas externos e assumindo a responsabilidade por eles;

e)
Conluio – ajudar o usuário a obter as drogas, já que “ele sente falta e pode passar muito mal sem elas ou ficar violento sem o uso delas”.

Alguns familiares acabam por organizar suas vidas ao redor do dependente, tentando controlar ou manejar os comportamentos e problemas do usuário. Outras vezes, os familiares tentam esconder o problema de outros membros da família que moram na mesma casa. O segredo não deve ser mantido. O problema deve ser encarado e confrontado de forma clara, transparente e objetiva.

Não há qualquer problema em querer ajudar um membro da família ou amigo em dificuldades, enfrentando as mais variadas situações adversas. O comportamento de ajuda deve ser constantemente estimulado, tendo em vista a sociedade individualista em que nós vivemos. No entanto, “ajudar” requer SABER como “ajudar”. A pessoa que insiste em “ajudar” através de formas erradas, acaba por afetar negativamente tanto o usuário quanto ela própria engajando-se ambos em um processo devastadoramente patológico.


Fator primordial:

“A família do dependente precisa também estar inserida no tratamento”

4 comentários:

PROF.AMADEU EPIFÂNIO+ disse...

Há vários aspectos sobre essa questão que precisam ser relevados. Primeiramente, que a busca pela droga(seja ela qual for), é de forma inconsciente ou involuntária pois, como posso em sã consciência buscar (para o meu desconforto emocional) um "remédio" que eu sei, vai me deixar muito pior senão matar-me. Em segundo, não se pode mais os pais terem a ilusão de querer afastar os filhos das drogas ou vice-versa, pois as drogas já fazem parte do nosso universo e todos já sabemos onde se vende. A melhor prevenção é o equilíbrio emocional proporcionado pela estabilidade familiar ou, por uma satisfação dada de forma respeitosa aos filhos, no caso de pais separados. Terceiro, quando um jovem está sob a dependência das drogas, geralmente é ela quem está no controle da situação, restando muito pouco de lucidez para o usuário. Quando dissemos para um usuário "vai se tratar, é o mesmo que nos referirmos diretamente ao usuário e não à pessoa que usa. Para chegarmos até a pessoa que usa a droga (e não ao usuário), precisamos fazer relembrar momentos positivos na vida desta pessoa, acrescentado uma expressão, tipo: pra você ter isso de volta, você sabe o que deve fazer. Essas palavras são dirigidas apenas à pessoa que usa a droga mas não ao usuário dependente, isto é, à droga. Com essas palavras, o dependente usa o pouco que lhe resta de lucidez para refletir e lutar para querer se tratar. Pode não ser da primeira vez que isso irá ocorrer, mas com certeza, bem antes do que seria o normal destes casos. Além disso, o amparo familiar sem preconceito também muito ajuda, visto que o dependente, para sair da sua condição, precisa sentir segurança quanto à ser aceito de volta, do contrário, ele nem tentará. Há alguns artigos em meu blog sobre este tema e muitos outros. acessem: http://deondeparei.blogspot.com.br
Mais uma coisa: Só poderá se aproximar do dependente para propor ou sugerir os pontos positivos, pessoa da família que mais se dava bem com ele até a dependência. Eu não gostaria, sob efeito de drogas, de conversar com alguém que não gostava de mim ou eu dele ou dela.
Abraços e espero ter ajudado. Bom trabalho.

Anônimo disse...

Amadeu gostei muito do seu comentário, concordo, quando vc diz q ninguem busca o q lhe faz mal se tiver consciencia, se ñ for motivado, por alguma consequencia, tenho duas familias vizinhas q sofrem com o alcolismo de dois pais de família e as vezes quero ajuda-los mas ñ sei como, pois como uma pessoa está no fundo do poço acostumado aquela situação e vai sair sem q alguem puxe por livre espontanea vontade só se for por milagre.

Unknown disse...

As famílias geralmente se comportam de forma errada, muitas vezes abafando a situação e outras vezes por não ter conhecimento que se trata de uma doença e precisam dar apoio. Esse apoio, muitas vezes, depende da familia, pois o alcoolista, em algumas situações está tão sem noção das coisas, sem noção de regras, do que é certo e errado, perdeu tudo e todos os valores e aí caso possa e tenha como deveria intervir e conseguir alguma ajuda em uma clínica onde contaria com apoio de profissionais para dar toda a condição para obter a reinserção social novamente.Ou muitas outras vezes, ao chegar a uma situação crítica, variável de uma pessoa a outra, ela mesma pede ajuda e manifesta a vontade de parar.

Unknown disse...

Boa noite, Queria saber se é correto falar para muita gente que meu marido é dependente quimuco. Ele falou para mim que nao queria que eu falase para as pessoas que nao sejam familia mas senti a necessidade de falar paa mias amigas e nao sei se isso pode perjudicar a ele.

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