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Este Blog retrata a difícil convivência com alguém que optou pelo caminho errado em busca do prazer da droga. Sofri sentindo os efeitos de uma doença tão perigosa quanto à dependência química: a Co-Dependência. Passei por muitos sofrimentos e vitórias. Por experiência própria vivida, sei exatamente quais os traços de comportamento, sinais da abstinência, como identificar um adicto por ter convivido tão de perto com este problema . Espero com isso poder levar ajuda a muita gente, transmitindo mais e mais informações sobre este assunto que em minha opinião é tão pouco divulgado.

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"Saiba reconhecer alguns sinais do uso de drogas" - Rádio Estadão AM1290 - com Fabíola Pece

terça-feira

Família, dependência química e negação.



     Durante o processo de recuperação da dependência química e na maioria das vezes muito antes do início do processo de recuperação ocorre um processo de adoecimento e sofrimento não apenas na relação do adicto com a substância.
Nessa via de mão dupla a família passar a receber uma dura dose de sintomas que passam a inseri-la em um contexto de adoecimento e contribuem ainda mais com a instabilidade para adesão e continuidade do processo de recuperação.
     Sabe-se que é quase impossível não ocorrer um sofrimento por parte das famílias, porém, acredita-se que em meio ao desenvolvimento desse estado de sofrimento é fundamental que a família compreenda até onde vai sua capacidade de ajudar ao adicto. Sendo necessário as famílias compreenderem que faz parte desse enredo da doença que a dependência química ou do comportamento do adicto quatro estágios que terminam fazendo parte dessa recuperação, seriam: Negação, pré contemplação, contemplação e ação.
     Na maioria das vezes e em um primeiro momento a negação é uma marca notável e presente no comportamento do adicto. Mas o que seria adicção? Por que falar em adicto e não em dependente químico? A adicção é um conjunto de fatores, aliás, é um comportamento, diga-se de pasagem, quando falamos em adicção ou comportamento adicto estamos ampliando o problema da dependência química para algo além do simples uso de uma substância química. A adicção se caracteriza enquanto um conjunto de caracteristicas ou sintomas que se repetem e dificultam a continuidade uma vida compreendida enquanto "normal". Uma das caractérísticas marcantes da adicção é o uso continuo de comportamentos de manipulação, egocentrismo, mentiras, dissimulação, agressividade em alguns casos.
    A família super sensível durante esse processo de adoecimento que muita vezes leva o adicto para um processo de cronificação de seu problema. Torna-se importante esclarecer que a família muitas vezes passa a desenvolver sintomas muito parecidos e as vezes iguais ao do adicto. Quando passamos a relatar a existência desse comportamento e surgimento de sintomas por parte da família ai podemos dizer que se instalou na dinâmica familiar aquilo que nomeamos de co-dependência emocional.
   Nesse processo de co-dependência emocional a família muitas vezes chega a sabotar inconscientemente o processo de recuperação do adicto. De toda maneira acredita-se que essa família deva passar a buscar ajuda profissional focando a orientação e compreensão do problema que passa da magnitudade do pessoal, do individual do adicto passando a inteferir de maneira imediata na saúde de toda a dinâmica familiar. De alguma maneira é nesse contexto que a negação passa a fazer parte não apenas do comportamento do adicto mas também passando a ser uma marca do comportamento da família.
   A negação passa a se manifestar de diversas maneiras, diria, sem medo de arriscar, que muitas vezes ela se manifesta muito antes do problema se tornar crônico. Algumas famílias as negação se manifesta com explicações racionais para justificar determinados comportamentos inadequados e até mesmo faltas de habilidades emocionais mais plausiveis diante de diversas situação do cotidiano. Em  outros momentos ela se manifesta rapidamente por parte do adicto que passa a fazer uso dessa negação não apenas como uma fuga racional, e muitas vezes totalmente inconsciente e pueril por parte do adicto que coloca em funcionamento uma outra característica marcante do adicto sua capacidade de manipulação. Auto piedade, agressividade, dramatização da situação e promessas que são ditas apenas enquanto uma maneira de manipular e desprovida muitas vezes de um real desejo em fazer parte de um processo de recuperação.
  Muitas vezes em outros momentos existe sim uma vontade em ingressar em um processo de recuperação, mas, sendo necessário esclarecer que mesmo que a pessoa apresente esse desejo e consciência em entrar em um processo de recuperação que tem como objetivo a abstinência é normal e muito rotineiro ocorrer uma mudança que apresente a negação com afirmações continuas de que: "Eu estou ótimo, aliás, nunca mais pretendo usar droga!".As familias precisam permanecer com a atenção direcionada para discursos dessa natureza e sempre observando o comportamento do adicto. Sempre colocando em prática um ação de ler, estudar e compreender a natureza da dependência química e por assim dizer da adicção.
   Todos que fazem parte da família precisam possuir uma fala afinada, coerente e comum a todos pautada na mesma ideologia e princípios. Essa união e sinergia é vital para a aceitação, adesão, continuidade e manutenção do processo de recuperação. Família desunidade, desafinada, com fala incoerente é fatalmente uma grande contribuinte para o fracasso do processo de recuperação.

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