Descrevo abaixo algumas características comuns usadas como "mecanismos de defesa" comumente usadas pelos adictos:
ISOLAMENTO
SOCIAL – Tendência a voltar-se para si mesmo, evitando
todo tipo de confronto da realidade, é uma forma de fuga dos próprios
sentimentos. Exprime-se como falta de iniciativa, incerteza sobre o seu próprio
desempenho, falta de planificação, dedicação às coisas de rotina para fugir do
novo EU de mudanças.
AGRESSIVIDADE – Trata-se
de curto-circuito entre o estímulo e a ação. São ações impulsivas, as
cabeçadas, os atos auto-destrutivos, as rebeliões provocativas, os desatinos
obstinados. Podendo ser vista por dois ângulos:
1. Com
esse ato, a pessoa inconscientemente procura remover de si, toda consideração
da realidade, sem planificação, ou seja, sem pensar “no que devo” ou “no que
quero” fazer.
2. É
o modo de admitir a própria dependência, e em um nível mais profundo, “é o medo
da perda do EU”, do papel que está vivendo.
PREPOTÊNCIA – É
um pedido disfarçado. Um tipo de agressividade que traz embutindo uma tensão a
ser descarregada devido à presença de uma mensagem, mas que é por ele mesmo
recusada. Essa mensagem pode ser vista como um pedido de ajuda nas áreas de
afeto, saúde física e mental, profissional, desejos e de relacionamentos.
DESAFIO – É
uma reação de alguém que se sente ameaçado por alguma coisa ou pessoa, para assumir
imaginariamente a sua qualidade, no caso, o desafio. Sentindo-se um desafiador,
reduz ou elimina o medo de continuar vivendo o seu papel, ou seja, de ver os
seus supostos direitos agredidos.
IMPULSIVIDADE – Consiste
em assimilar transitoriamente uma pessoa real ou representar um papel da mesma,
havendo uma identificação com ela a ponto de experimentar como feito à si, o
que de fato é feito à essa pessoa. Este é um evidente comprometimento para a
personalidade.
INTOLERÂNCIA – É
um comportamento de demonstra claramente a intransigência, que pode retratar
uma austeridade de caráter contrário aos princípios de liberdade. É uma recusa
à convivência com credos e a prática de costumes diferentes de seus próprios,
esta rejeição tem uma ligação direta às coisas que não posso modificar.
PROJEÇÃO – É
um comportamento contra os perigos que vem de fora, mas se o perigo vem de
dentro, sua própria energia é colocada em crise; projetando, o perigo é
transferido ou exteriorizado, sendo dessa forma “eliminado”. Pode ser vista de
duas maneiras:
1. Transferindo
o mal estar pelo qual está passando, para o outro. Ex.: “Não sou eu que estou
nervoso, é você que não está bem”.
2. Atribui
aos outros, os motivos que explicariam as próprias perturbações. Ex.: “Eu estou
nervoso, mas foi você quem me fez ficar nervoso”.
NEGAÇÃO – Consiste
em criar bloqueios de certas percepções de mundo externo, ou seja,
inconscientemente nega situações intoleráveis de uma realidade externa, para
proteger-se de um sofrimento. Assim, a criança fecha os olhos e acredita que
não é vista pelos outros. O dependente químico num processo de auto-destruição
nega a realidade. Da mesma forma que o familiar do dependente nega o seu
envolvimento, ou mesmo, a sua auto-anulação.
FIXAÇÃO – É
um mecanismo de defesa que protege a pessoa do medo da destruição pelo
confronto pessoal com as dificuldades de sua situação real, o que ao mesmo
tempo, lhe impede de crescer e de amadurecer. Um eterno vir-a-ser. Um eterno
anular-se, não buscando atingir metas criadas, que poderiam ser atingidas.
NEGLIGENCIAR O
PRESENTE – Através deste mecanismo, um impulso ou sentimento é
inconscientemente deslocado de um objeto ou pessoa original para outro
substituto. Através deste comportamento, o indivíduo é protegido do sofrimento
que resultaria da consciência da real origem de um problema. Seus efeitos podem
vir à tona, mas o motivo original é disfarçado, ou seja, não é reconhecido.
Ex: 1 – O familiar
passa a reprimir ou hostilizar os companheiros do seu dependente, como forma de
uma transferência de seus impulsos agressivos e os temores originalmente
dirigidos aos pais, esposa(o) ou filhos do dependente.
Ex.: 2 – O dependente químico passa a culpar ou
hostilizar seus familiares, a empresa, a sociedade como forma de não querer
reconhecer que seus impulsos agressivos e seus temores se originaram da maneira
abusiva de usar o álcool ou droga.
Um comentário:
Muito obrigado pelas informações. Tenho experiência de quase trinta anos com os 12 passos e decidi fazer um curso de formação de terapeutas para poder contribuir ainda mais com a recuperação dos adictos.
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