A manipulação e a mentira também são utilizadas na vida de todos nós com intuito de obter algo em troca, a autocomiseração vem em forma de atitudes e argumentos.
Discursos acalorados de um político em defesa da conduta ‘ilibada’. Promotores
ávidos no convencimento do júri. Um amante apaixonado. Todos num único
propósito: o de convencer, persuadir ou manipular na intenção de atingir o
alvo.
Assim como preparar a fundamentação e
solidificar um bom argumento, é irresistível não apelar para obter êxito no
final, principalmente quando o ganho da causa está mais difícil do que se
presume, o tratamento, a recuperação. Significa, portanto, dar-se ao direito de
empregar a autopiedade, também denominada de autocomiseração.
Afinal, alguns usufruem do corpo e da beleza; uns do dinheiro; outros da inteligência e astúcia no afã de trazer saldos.
Afinal, alguns usufruem do corpo e da beleza; uns do dinheiro; outros da inteligência e astúcia no afã de trazer saldos.
Se o
resultado é tudo o que sempre se quis, atire pedras quem já não se passou por
‘pobre coitado’ para ser beneficiado num plano social do governo ou se empenhou
para obter aquela bolsa de estudos na faculdade, aquele emprego. Vira e mexe
surgem notícias de fraudes nos planos sociais do governo no intuito de obter
conveniências, mordomias. Levar vantagens não é apenas a única ferramenta em
questão. Além de contribuir para corromper o sistema, a chave está em posar-se
de ‘coitadinho’.
Na
dependência química um dos grandes mestres no uso deste recurso mágico de ajuda
que propõe resultado imediato – autocomiseração – é o dependente químico. Ele
precisa ludibriar quem quer que seja para obter seu prazer anestésico: a droga
em tempo recorde.
Para tanto, ele mente, dissimula, manipula,
comove, faz uso da retórica para justificar a dependência ou disfarçá-la.
Por isso, a autopiedade é seu instrumento inseparável. É como se eles dependessem da ‘manha’ de como manipular o outro. O dependente está fazendo um pedido de vida, não de morte, ele pede socorro.
Por isso, a autopiedade é seu instrumento inseparável. É como se eles dependessem da ‘manha’ de como manipular o outro. O dependente está fazendo um pedido de vida, não de morte, ele pede socorro.
Na
verdade, trata-se de um defeito de caráter, de acordo com o livro dos Doze
Passos do NA (Narcóticos Anônimos). Obra esta, utilizada para recuperação do
dependente químico, podendo ser adequada a cada dependência a ser trabalhada.
Um de seus escopos é ajudar o dependente a resgatar valores individuais e
sociais.
Reconhecer
falhas e jogos de artimanhas que levam o dependente ao buraco constituem um dos
importantes aprendizados praticados em grupo. O foco é manter a dependência
química sob controle, já que não se fala em cura para a doença do vício.
Pra
encerrar esta séria composta por seis matérias sobre dependência química é bom
lembrar que ninguém é doente sozinho, familiares também podem não querer
enfrentar a realidade, tratar seus problemas, tornando-se adictos passivos. É
aí que entra a autopiedade da família.
Têm
mulheres que não sabem lidar com maridos sãos. Elas inconscientemente preferem
e só sabem agir com seus maridos ‘drogados’, para que elas mesmas não enxerguem
seus defeitos, e os empurram às recaídas. O relacionamento é movido ao problema
da dependência química.
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