São várias as conseqüências
dermatológicas nocivas associadas com o consumo de cocaína/crack. Além dos
efeitos diretos da cocaína sobre a mucosa e a pele, devem-se ressaltar os
efeitos indiretos, relacionados, por exemplo, à má nutrição comumente vista
entre dependentes de cocaína.
Realmente, além dos efeitos euforizantes da cocaína/crack,
essa substância propicia a constrição das veias e artérias do corpo, provoca
danos nas paredes dos vasos sangüíneos e intensifica o fenômeno da coagulação.
Os
fumantes de crack apresentam, freqüentemente, lesões enegrecidas e
puntiformes (que tem forma ou aparência de pontos) nas palmas das mãos e
dedos, mais amiúde verificada na mão não-dominante. Tais lesões são
atribuídas às queimaduras pelo cachimbo usado para conter a droga e elas são
repetidas, visto que a intoxicação torna o usuário menos perceptível aos
efeitos térmicos da queimadura.
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As altas temperaturas atingidas pelos vapores
emitidos durante o consumo podem produzir uma diminuição dos supercílios.
Complicações dermatológicas mais raras, mas graves, podem ocorrer com o usuário
de crack, como necrose epidérmica segmentar, associada com manchas azuladas
distribuídas pelo corpo, desencadeadas pelo vasoespasmo prolongado.
A inalação da cocaína pode resultar em edema da mucosa nasal, com sintomas de
rinorréia (coriza significativa), diminuição da capacidade para sentir odores
e, cronicamente, em necrose e perfuração do septo nasal. O consumo crônico
desta substância tem também sido associado a vários outros quadros
dermatológicos, como vasculites, verrugas intranasais, púrpura palpável
(pequenos pontos elevados vermelhos ou de cor púrpura, resultado do
extravasamento de sangue dos capilares sangüíneos) e esclerodermia
(espessamento da pele, resultado do acúmulo excessivo de proteínas – colágeno).
É comum o encontro de escoriações generalizadas na pele devido à coceira
induzida pela cocaína /crack. Alguns indivíduos, após o uso, têm a sensação de
que existem bichos andando pelo seu corpo; isso, também, faz com que eles se
cocem com grande intensidade.
O dependente de cocaína/crack, freqüentemente, alimenta-se de maneira
inadequada e insuficiente. O déficit constante e progressivo de vários
nutrientes induz a inúmeras complicações em vários órgãos, como a pele.
Todas as conseqüências nocivas do consumo de cocaína/crack devem ser
adequadamente tratadas, mas o dependente deve também estar inserido em um
tratamento para a sua dependência química. A melhora do quadro dermatológico
dependerá da abstinência completa das substâncias psicoativas utilizadas, bem
como do adequado diagnóstico e tratamento das doenças dermatológicas induzidas.
Logo, você deve consultar um dermatologista, revelando seu padrão de consumo de
cocaína/crack, afim de que seu médico possa avaliar qual é o seu problema
dermatológico e definir o tratamento adequado. Um acompanhamento conjunto com
um médico especialista de dependências químicas também será necessário, se você
ainda mantém o uso desta substância.
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