O alcoolismo está associado com aumento
na morbidade e na mortalidade afora danos significativos aos tecidos cerebrais.
Em especial, essa doença acarreta danos às massas branca e cinzenta, seguidos
de perda de volume cerebral e perdas neuropsicológicas.
Estudos comparando o cérebro de alcoolistas
com sujeitos não-alcoolistas demonstram haver no primeiro grupo menores níveis
de N-acetil aspartato (marcador neuronal cuja concentração diminui quando há
lesão encefálica) e de colina (substância que reveste a membrana das células
nervosas do cérebro e que é precursor da acetilcolina, neurotransmissor
relacionado às funções de aprendizado e memória). Ademais, há dúvidas entre os
especialistas sobre a reversibilidade desses danos causados pelo álcool no
cérebro.
Assim, os autores buscaram investigar
os efeitos morfológicos e neuropsicológicos (com a utilização de técnicas de
neuroimagem) da breve abstinência de álcool em 15 pacientes alcoolistas que não
necessitaram de medicação para se abster do álcool e que não eram fumantes
pesados. A título de comparação, 10 voluntários saudáveis foram selecionados
para compor o grupo controle.
Após período de 6-7 semanas de
abstinência, observou-se no grupo de alcoolistas abstinentes ganho volumétrico
global no cérebro de até 1,85% associado com melhora neuropsicológica e
metabólica (melhora nos testes de atenção e aumento nos níveis de colina e de
N-acetil aspartato). Por fim, os autores constataram que a reversibilidade dos
danos se deu principalmente na massa branca do cérebro.
Os autores ressaltam a importância do
fato de que a melhora detectada nos exames não se deve apenas a re-hidratação
cerebral, mas possivelmente são frutos da capacidade de regeneração cerebral.
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