Qualquer análise das
respostas emocionais ao stress ficará incompleta se não for feita uma avaliação
mais pormenorizada da raiva. As mesmas situações que provocam ansiedade e
depressão podem desencadear também sentimentos de raiva.
É comum, por exemplo,
que estudantes acometidos de ansiedade às vésperas de um exame final também
sintam ódio dos professores que vão avaliar seu desempenho no curso.
A raiva manifesta-se,
geralmente, quando uma pessoa se sente impotente diante de algo ou alguém que
pretensamente obstrui seu desenvolvimento ou progresso, frustando a obtenção de
uma meta. Pode também estar relacionada à consciência de uma injustiça, quando
alguém é ludibriado ou privado de seus direitos legítimos. Embora seja
normalmente direcionada a uma outra pessoa, a raiva muitas vezes tem como alvo
o próprio indivíduo que a está sentindo. Nesse caso, ou ela se dissipa em pouco
tempo, ou se transforma em sentimentos de ansiedade ou depressão.
A intensidade dos
sentimentos de raiva varia de um simples desapontamento até a ira violenta.
Como as outras emoções, a raiva é experimentada de modo diferente por
diferentes pessoas. Alguns indivíduos ficam enfurecidos com muita frequência;
outros raramente sentem raiva, e isso só lhes ocorre quando sofrem grave provocação.
Situações que para alguns são ligeiramente incômodas, para outros são
insuportáveis e podem ser justificativas para uma violenta briga.
Descarrega-se a raiva
de várias maneiras aceitáveis. Ela pode por exemplo, ser expressa por meio de
um grito ou de uma resposta verbal áspera ao ofensor. Nem sempre, porém, isso é
socialmente permitido. Quando um estudante é repreendido por um professor, por
exemplo, sua raiva deve ser controlada, para evitar uma consequência
desastrosa. Mas, como convém que a raiva contida deva ser liberada, a solução é
falar sobre ela com uma pessoa que não esteja envolvida no conflito e possa
ajudar. Às vezes, a pessoa atingida, não suportando a raiva que sente,
direciona-a para uma terceira pessoa ou alguma coisa que não pode responder.
Há outras formas de
liberar indiretamente a raiva, acumulada no dia-a-dia. Algumas pessoas a
descarregam em atividade física, como a prática de algum esporte. O reexame da
situação que produziu a raiva, muitas vezes, leva à descoberta de que a pessoa
está dando muita importância para um problema menor. Esse tipo de
distanciamento permite que o indivíduo consiga, inclusive, dialogar com a
pessoa que lhe despertou a raiva, superando o problema.
A violência é uma forma
extrema e raramente aceitável de expressar a raiva. Pessoas que liberam sua
raiva por meio da violência, ferindo outros ou destruindo propriedades,
frequentemente apresentam problemas psicológicos graves, que muitas vezes se
originam na infância.
Há quem pareça estar o tempo todo com raiva.
Comporta-se de modo hostil, sempre disposto a “atacar”. Pessoas assim
provavelmente experimentaram fortes sentimentos de depressão e ansiedade e só
são capazes de expressá-los pela raiva. Embora esses indivíduos precisem de
compreensão, sua forma de lidar com o stress só serve para afastar os outros e
acaba ampliando seus problemas, em vez de resolvê-los.
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