Um filósofo muito importante afirmou certa
vez:
“O homem está condenado a ser livre.”
Ele quis dizer que o homem é naturalmente
livre, mas essa liberdade o condena a tomar decisões, fazer escolhas, opções
pelo resto da vida.
Quanto mais escolhas fazemos e nos responsabilizamos por
elas, mais livres seremos. Quando mais culpamos os outros por nossas escolhas
erradas, menos autônomos e mais dependentes do outro ficamos.
Essa pergunta traz para perto a Filosofia e a
Medicina e mostra como a dependência de drogas pode ser objeto dos mais
variados campos do conhecimento.
Aqueles que decidem consumir uma droga estão
fazendo uma opção, uma escolha. É claro que muitos fatores contribuíram para
que tal escolha se desse (as angústias da vida, a simples curiosidade, a influência
de amigos, a vontade de buscar um jeito novo de divertir...). Mas, a escolha,
no final, foi da pessoa.
Continuar usando drogas também é uma opção,
mas cada vez menos... Isso porque o organismo vai se adaptando à presença da
droga. Vai havendo modificações no cérebro. Quando o indivíduo fica sem a
droga, passa a se sentir muito mal, desconfortável, irritado, deprimido,
ansioso. O dependente acha que o único alívio possível é a continuidade do
consumo. Conforme a dependência vai se instalando, a pessoa passa a abrir mão
de coisas que antes eram muito importantes para ela.
É o momento em que aparecem as brigas e
discussões com a família, a piora no desempenho escolar, a venda de objetos
para comprar drogas. Tudo passa a girar em torno do consumo de drogas.
A partir desse ponto, o indivíduo não
consegue mais ficar sem usar drogas. Não há mais OPÇÃO: o indivíduo não escolhe
se vai usar drogas ou não. A doença lhe tirou essa liberdade. Qualquer
doença psíquica consiste acima de tudo na perda da liberdade de escolha. Portanto,
a dependência não é uma opção. É uma condição patológica (uma doença) que tira
a liberdade do indivíduo de optar !
Perceber a presença da doença e se
responsabilizar pelo tratamento é o primeiro passo em direção à recuperação. É
preciso escolher a mudança e buscar ajuda para efetiva-la. Não resolve olha o
passado para achar um culpado. Deve-se pensar no futuro! Não existem culpados
pela situação. Mas pode haver pessoas comprometidas com o processo de
recuperação (o próprio dependente, sua família, os amigos, os profissionais da
saúde). Afinal, se temos que estar condenados a alguma coisa nesse mundo, que
seja apenas à liberdade !!!!
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