Assim como a ansiedade,
a depressão pode ser uma defesa contra certas situações de stress. Mas, ao
contrário da ansiedade, a depressão é experimentada como uma diminuição ou
enfraquecimento do tônus vital, acompanhada de desconforto emocional.
O conceito de perda é
essencial para o entendimento da depressão. A perda de uma pessoa querida
acontece em consequência de um rompimento, de rejeição ou de morte. Já a perda
da auto-estima decorre da inabilidade em alcançar metas importantes ou em viver
de acordo com os padrões que o próprio indivíduo estabeleceu para si. Também a
doença ou a incapacitação temporária ou permanente provocam a sensação de
perda.
Algumas horas ou dias
de prostração sucedem a essas perdas. Amigos ou parentes podem ser capazes de
elevar o moral do indivíduo sofredor, pelo menos por algum tempo. Mas a
depressão normalmente reaparece. A pessoa perde o apetite e sente dificuldade
em concentrar o raciocínio. Depois de lutar com o problema durante vários dias
e talvez pedir auxílio a parentes e amigos, o indivíduo pode conformar-se com a
perda ou encará-la sob nova perspectiva. A esperança então ressurge, e a pessoa
ganha energia para continuar vivendo. Mas, se a perda foi muito séria (como a
morte do marido, da esposa, da mãe, do pai, do filho ou da filha), o processo
de recuperação às vezes leva semanas, meses ou até anos.
Há casos de depressão
provocada por fatores físicos, como mudanças bioquímicas no cérebro, ou
psicológicos, como os conflitos em relação à sexualidade e outros. Às vezes um
indivíduo entra em processo de profunda depressão sem nenhuma razão aparente.
Os especialistas conseguiram identificar alguns fatores associados a essas
depressões misteriosas, como casos de depressão em pessoas da mesma família ou
a perda de um dos pais na infância ou na adolescência.
Apesar da gravidade que
representa a depressão, ela tende a desaparecer sozinha. O estado depressivo em
geral costuma durar poucos dias: “o tempo apaga todas as mágoas”, como
reconhece a sabedoria popular. Mas o sentimento de depressão não é útil para
ninguém, mesmo quando dura pouco tempo. Por isso convém saber quais as
providências que podem ser adotadas para enfrentar e superar esses períodos.
A maneira mais fácil de
suportar a depressão é estar com amigos, parentes ou outras pessoas. Embora
frequentemente as pessoas deprimidas prefiram ficar sós e a solidão possa
parecer uma saída natural, essa atitude é a menos eficaz no combate à
depressão.
O contato com pessoas
amigas é útil por várias razões. Passando algum tempo com outras pessoas, o
indivíduo toma consciência de que elas se importam com ele e podem até ter
passado pelas mesmas dificuldades e ajudá-lo a ver as coisas sob uma luz mais
positiva. A simples companhia de outras pessoas já é um fator de grande valia.
Pode-se ir ao cinema, dar um passeio a pé – e isso irá, na maior parte das
vezes, distrair o indivíduo deprimido e fazê-lo esquecer a depressão.
A depressão, no
entanto, é algumas vezes mais do que um fenômeno passageiro, como acontece com
a ansiedade. Quando o estado depressivo persiste por semanas ou meses, em vez
de durar apenas horas ou dias, trata-se de um caso mais grave de depressão, que
geralmente vem acompanhado de diversos sintomas típicos:
·
insônia ou sono exagerado;
·
falta de energia, sensação permanente de cansaço;
·
falta de apetite e perda de peso; ou o contrário,
aumento de apetite e de peso;
·
sentimentos de culpa e de autodepreciação;
·
perda de interesse pela vida;
·
dificuldade de concentrar o raciocínio;
·
agitação física e irritabilidade;
·
pensamentos mórbidos, como a idéia de suicídio.
Naturalmente todos nós uma vez ou outra já nos
sentimos arrasados. Algumas pessoas chegam mesmo a ter crises depressivas
periódicas, sem que isso signifique que estejam sofrendo de grave e profunda
depressão. Se, no entanto, os sintomas depressivos se prolongarem por muito
tempo, convém procurar auxílio profissional de um médico, pois pode ser perigoso
se deixar dominar a esse ponto por sentimentos depressivos.
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