O crescente consumo de drogas
(e suas terríveis conseqüências) tornou-se um dos problemas mais graves da
nossa civilização contemporânea. A cada dia que passa, aumenta
assustadoramente o número de pessoas que delas se tornam dependentes e que
são por elas lentamente destruídas.
A palavra "drogas" desencadeia uma infinidade de associações, além
de englobar uma enorme classe de produtos capazes de alterar o estado de
consciência e de provocar dependência física e psíquica naqueles que dela se
utilizam. Muitos são os fatores que levam à dependência, fatores culturais onde o
indivíduo é valorizado pelo que tem e não pelo que é, pois vivemos numa
cultura capitalista, consumista, onde o "descartável" se faz
presente. No dia a dia, tudo se torna descartável: as relações, os
compromissos, há uma ausência de responsabilidades. O caráter está
deteriorado. E aí vem a responsabilidade da grande formadora ou deformadora
das personalidades: a família.
Certos valores são desenvolvidos na família e, se isso não acontecer, ficará
o vazio daquilo que não foi desenvolvido (vazio que poderá ser preenchido com
a droga).
Sabemos o valor do carinho e do afeto para o desenvolvimento de uma
personalidade saudável, integrada. Mas o valor do "não", dos
limites tem a mesma importância do afeto. Quando os pais não têm com os
filhos uma relação afetiva adequada, onde falta a presença, não só física,
mas de entrega para esta relação sagrada e essencial, onde o filho não se
sente amado de forma incondicional, sendo do jeito que é, compromete-se o
desenvolvimento da auto-estima. Sem a auto-estima haverá um indivíduo
inseguro, muitas vezes complexado (se diz tímido), que pode precisar de uma
substância que lhe dê uma certa "coragem", segurança, bom humor,
etc.
Este é o dependente em potencial. Então acredito que na família que está a
possibilidade de se desenvolver uma personalidade sadia, integrada onde as
pessoas consigam se compreender e se aceitar com suas capacidades e
limitações, sem precisar de nenhuma substância que lhe altere o humor, que
lhe dê uma falsa coragem e segurança, que se auto afirmem naquilo que são. |
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