A família tem um papel
fundamental no desenvolvimento do ser humano, ela é a sua primeira referência,
é a mediadora entre o indivíduo e a sociedade, porém existem outras condições
prexistentes que podem influenciar o desenvolvimento psicológico, físico e
social do indivíduo, determinando o seu comportamento frente ao consumo ou não
das drogas.
Segundo Formigone
(1997), algumas culturas seguem rituais estabelecidos de onde, quando e como
beber, tendo essas menores taxas de uso abusivo de álcool, quando comparadas
com aquelas que simplesmente proibem o uso. Assim, é aceito que a cultura se
constitui como um importante fator deteminante na proporção de alcoolistas/álcoolotras.
Além disso, alguns
fatores de risco ou de proteção podem contribuir para o uso de álcool e outras
drogas na comunidade. A SENAD aponta vários exemplos desses fatores de risco e
de proteção para o uso de álcool e outras drogas no domínio comunitário, como
podemos apreender no quadro abaixo:
FATORES DE RISCO
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FATORES DE PROTEÇÃO
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Falta de oportunidades
socioeconômicas para a construção de um projeto de vida.
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Existência de oportunidades
de estudo, trabalho, lazer e de inserção social que possibilitem ao indivíduo
concretizar seu projeto de vida.
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Fácil acesso as drogas
lícitas e ilícitas.
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Controle efetivo do comércio
de drogas legais e ilegais.
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Permissividade em relação a
algumas drogas.
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Reconhecimento e valorização,
por parte da comunidade, de normas e leis que regulam o uso de drogas.
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Inexistência de incentivos
para que o jovem se envolva em serviços comunitários.
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Incentivos ao envolvimento
dos jovens em serviços comunitários.
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Negligência no cumprimento de
normas e leis que regulam o uso de drogas.
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Realização de campanhas e
ações que ajudem o cumprimento da normas e leis que regulam o uso de drogas.
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Diante desse quadro é
importante não perder de vista os detalhes sociocultuais do uso de drogas
para compreender e identificar as caracterisitcas dos usuários, para melhor
adotar sistemas de prevenção e combate.
Cada grupo social, cada
povo, cada pessoa, tem em sua cultura padrões de comportamento de acordo as
diferentes formas de estimulos, produzidos em seu meio ou fora dele, por
exemplo, em nosso país, com tantas manifestações culturais, não podemos pensar
em São João sem quentão, Natal sem vinho, carnaval sem cerveja e assim
sucessivamente. Isso faz parte da cultura brasileira. Então é contraditório
tentar combater o que na maioria das vezes é incentivado pelo grupo
social, pela mídia, pela cultura comunitária, etc.
Um dos grandes problemas
sociais frente ao uso de bebidas álcoolicas e outras dorgas é marcado pela
contradição do lícito e do ilícito (LORENCINI, 1998, p.35). A mídia acompanha
essas contradições. A população recebe através dos meios de comunicação muitas
informações sobre a violência relacionada ao tráfico de drogas, porém, por
outro lado a mesma tem sido estimulada ao consumo de bebidas álcoolicas pela
propaganda.
Sem dúvida a droga é um
problema social de grande repercussão local, nacional e porque não dizer
internacional.
O nosso mundo está uma
droga. A nossa sociedade é uma sociedade drogada. Somos todos vítimas dessas
drogas. Que droga? Essa substância que nós ingerimos para nos dar prazer, tirar
dor, fazer sair do mundo, fazer viajar. Buscamos isto na maconha, álcool,
cocaína, crack, heroína, cola de sapateiro, cogumelo, tantas drogas que estão
aí, as drogas que compramos na farmácia para ajudar a dormir, para ajudar a não
dormir etc. São drogas que estão dentro da nossa sociedade. E a pergunta que
nos colocamos, hoje, é como viver numa sociedade que não precise de drogas? Ou
como viver numa sociedade onde estas drogas estejam sob controle, apenas para
remediar situações que não têm outro jeito, senão por alguns meios artificiais.
Essa imagem é bem comum
nos lares dos brasileiros, dificilmente se econtra uma família que não possua
algum tipo de dependência as mais diversas drogas, no sentido mais amplo da
palavra, quer seja ela, bebida álcoolica, anti depressivos, analgésicos, etc.
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