Estudo realizado pelo Instituto de Neurociência e Comportamento da
Universidade de Cambridge, na Inglaterra, apontou que a dependência química pode
estar ligada a uma predisposição genética.
Os cientistas compararam a estrutura
cerebral e a habilidade de autocontrole entre irmãos, um indivíduo saudável e
outro dependente químico.
Os resultados revelaram que as alterações já identificadas previamente
no cérebro dos toxicômanos também foram observadas nos irmãos que nunca usaram
drogas. Ainda segundo os especialistas, o cérebro dos usuários de drogas parece
ter poucos receptores de dopamina, molécula que desempenha um importante papel
no “efeito de recompensa”.
Efeito de recompensa
As drogas acionam o
sistema de recompensa do cérebro, uma área responsável por receber todos os
tipos de estímulos de prazer (sensação de temperatura agradável, alimentação,
sexo) e transmiti-los para o corpo todo. Porém, elas interferem nesse sistema
com uma falsa sensação de prazer, que induz o indivíduo a repetir seu uso
compulsivamente.
Risco de dependência
Em outra pesquisa, do departamento de Estudo Colaborativo da Genética do
Alcoolismo, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, os dados
mostraram que uma grande parcela dos filhos de pais alcoolistas
(aproximadamente 50% dos irmãos e 25% das irmãs) era dependente de álcool. Em
relação à maconha, cocaína e hábito de fumar, observou-se também um elevado
risco de dependência.
É como se a genética se comportasse conforme a base familiar, que é
fundamental para o desenvolvimento dos jovens. Se dentro de casa a criança ou
adolescente se depara com exemplos negativos – violência e uso de drogas, por
exemplo – vindo dos próprios pais, eles tendem a enxergar e entender o mundo
assim, e as atitudes deles fora de casa serão condizentes ao que foi
assimilado.
De acordo com o psicólogo Leonardo Falcão, muitos estudos ainda estão
sendo realizados nesse campo, e são eles que vão nos ajudar na prevenção do
abuso de drogas e no tratamento da dependência química. Porém sempre lembrando
que a questão genética é um dos componentes para o diagnóstico, mas não o fator
determinante.
Durante a gravidez
O psicólogo aborda outro ponto muito importante, o uso de drogas durante
a gravidez. Além de aumentar as chances do jovem se tornar
um dependente químico, interfere diretamente na qualidade de vida da mãe e do
bebê.
“São vários os
riscos causados pela utilização de drogas durante a gravidez. Entre eles, para
as mães, podemos destacar hipertensão, má nutrição e parto prematuro. Já para o
bebê, pode ocasionar desde infecções, defeitos congênitos, problemas
neurológicos e comportamentais”, finaliza Falcão.
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