Substância extraída da raiz da iboga, arbusto encontrado em países africanos,
a ibogaína é usada para fins terapêuticos no país há mais de dez anos.
Nesse período, centenas de usuários de drogas usaram o medicamento,
Diogo foi um deles. Há cinco anos e meio livre do crack, o advogado e
professor universitário conta como foi a experiência. “Foi um renascimento.
Foi uma viagem espiritual, de autoconhecimento, expandiu meus horizontes.
É inexplicável. Hoje eu analiso o passado e não tenho lembranças positivas
daquele tempo”, diz.
A ibogaína produz uma grande quantidade do hormônio GDNF, que estimula
a criação de conexões neuronais, o que ajuda o paciente a perder a vontade
de usar drogas. A ibogaína também produz serotonina e dopamina,
neurotransmissores responsáveis pelas sensações de prazer.
As imagens que as pessoas enxergam enquanto estão sob o efeito da Ibogaína
são sonhos. “Não se trata de alucinações, a ibogaína não é alucinógena.
É como sonhar de olhos abertos, só que durante muito tempo. Durante o
sono temos apenas cinco minutos de sonhos a cada duas horas. Com a
ibogaína são 12 horas”.
Não é um milagre
Mesmo que os resultados sejam animadores – a taxa de recaída entre os
usuários da ibogaína gira em torno de 15%, enquanto nos tratamentos
convencionais varia entre 80% e 95% – a substância não é um milagre e
nem faz tudo sozinha. Os pacientes devem passar por três fases. “Avaliação
clínica e psíquica do paciente. Existe uma fase de desintoxicação. São
necessários alguns dias de abstinência para o paciente ir para a ibogaína.
Depois que ele toma, começa uma fase que consiste na reorganização e
readaptação, com terapia individual e de grupo”.
Ex-usuários de drogas que recorreram à ibogaína foram unânimes em afirmar
que, depois de tomar a substância, nunca mais tiveram vontade de se drogar. “
Eu nunca mais tive vontade. Aquela fissura desapareceu. A droga é apenas
uma lembrança, nada mais que isso”, diz um paciente que não quis se identificar.
A recaída só é possível se o paciente mantiver os mesmos hábitos.
“Se ele frequentar os mesmos lugares, conviver com os mesmos amigos, achar
que está imune”.
FONTE: texto extraido do Blog:
ibogainasp.blogspot.com.br